Por GLOBOESPORTE.COM
São Paulo
A Gaviões afirma que um menor de 17 anos
disparou o sinalizador (Foto: AP)
Enquanto 12 torcedores do Corinthians estão presos em Oruro, na
Bolívia, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do time,
prometeu apresentar à polícia brasileira nesta segunda-feira um garoto
de 17 anos como o autor do disparo de sinalizador que matou o
adolescente Kevin Espada. A informação é do jornal “Folha de S.Paulo”. O
menino boliviano, de 14 anos, foi atingido no jogo contra o San José,
na quarta-feira, pela Taça Libertadores da América.
O menor, cujo nome não foi divulgado, não chegou a ser detido pela
polícia boliviana e voltou para o Brasil. De acordo com a Gaviões, o
garoto queria se entregar ainda na Bolívia, mas como a torcida se julga
responsável por ele, preferiu aguardar o retorno a São Paulo. Alega-se
também que, em Oruro, o clima de revolta poderia representar um risco
para o rapaz. Ele retornou no sábado, de ônibus, com outros torcedores
que assistiram à partida contra o San José. O advogado que representa a
torcida organizada afirma que o disparo foi acidental.
Enquanto o menor não é apresentado à polícia, 12 corintianos estão na
penitenciária de San Pedro. Eles foram indiciados e aguardam julgamento,
mas durante todo o tempo negaram que o autor do disparo esteja entre
eles. O embaixador do Brasil na Bolívia, Marcel Fortuna Biato, chega a
Oruro neste domingo para ajudar os torcedores.
As duas celas que abrigam os torcedores na penitenciária estão isoladas
de outros detentos. Apesar de não haver contato físico e visual, os
corintianos conseguem ouvir os outros presos. De acordo com a esposa de
um dos brasileiros, na chegada eles escutaram os bolivianos gritando
“San José, San José”. O clima, segundo ela, era “assustador”. O
responsável pelo presídio, o coronel Carlos Coritza, admitiu que a
capacidade do local é para 300 presos, mas hoje há cerca de 500 no
local.
No plano esportivo, o Corinthians já foi punido pela Conmebol e terá de
jogar suas partidas como mandante na Libertadores sem torcida, de
portões fechados. Nos jogos fora de casa, corintianos não poderão
comprar ingressos. O clube
tenta anular a decisão e aguarda uma posição da Confederação Sul-Americana.
Torcedores do Corinthians continuam presos em Oruro, na Bolívia (Foto: Ricardo Taves)