Publicado por Robson Pires
Depois de seis dias de um julgamento truncado – um jurado
passou mal na noite do segundo dia e os trabalhos ficaram suspensos por
um dia e meio – o Tribunal do Júri condenou, na madrugada deste domingo
(21), 23 dos 26 policiais militares acusados da morte de 15 detentos no
segundo pavimento da Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru), em
outubro de 1992. Na operação, 111 presos foram mortos. Os réus Roberto
Alberto da Silva, Eduardo Espósito e Maurício Marchese Rodrigues foram
absolvidos.
Os trabalhos tiveram início às 9h30 deste sábado com os debates entre
acusação e defesa, que duraram aproximadamente dez horas. Encerrados os
debates, os jurados ficaram reunidos na Sala Secreta durante quase
quatro horas para decretar o veredicto.
Ao proferir a sentença, o juiz José Augusto Nardy Marzagão, que
presidiu o julgamento, exaltou a persistência dos jurados e fixou a pena
dos acusados em 156 anos de reclusão para cada um, em regime inicial
fechado. Foi-lhes concedido o direito de recorrer em liberdade.
Este foi o primeiro de quatro blocos de julgamento do caso, que teve
as sessões divididas pelas ações policiais ocorridas em cada um dos
quatro andares do Pavilhão Nove. Outros três julgamentos devem acontecer
ainda neste ano.