O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Em busca de emprego desde novembro, uma jovem alemã de 19
anos, moradora de pequena cidade de Augsburg, recebeu no sábado uma
carta animadora do centro de empregos local do governo. Um
estabelecimento chamado Colosseum estava em busca de moças para servirem
bebidas à noite e nos fins de semana, numa jornada total de 42 horas
semanais. Mas, como o local exigia “aparência apropriada”, ela
desconfiou e foi buscar na web referências sobre o lugar. Acabou
descobrindo que em vez de um simples bar, o Colosseum é um “clube
nudista” onde os clientes podem fazer “sexo e relaxar” e encontrar
“garotas com serviço completo e muito mais”. Resumindo: um prostíbulo.
—
Fiquei absolutamente ultrajada. Eu estava procurando emprego como
faxineira, não no balcão de um prostíbulo qualquer — disse ela, cujo
nome não foi revelado.
A agência pediu desculpas à moça, alegando
que os responsáveis pela entrevista dela não observaram a política
interna de perguntar aos candidatos a emprego se eles se interessariam
em vagas ligadas à indústria de “entretenimento adulto”.
A
história, publicada pelo jornal "Augsburger Allgemeine" e reproduzida
nesta quinta-feira pela revista "Der Spiegel", reacendeu na Alemanha a
discussão sobre o quanto o governo deve se esforçar para realocar a mão
de obra, em um país conhecido por suas leis progressistas em assuntos
relativos ao sexo.
O país legalizou a prostituição em 2002, e as
reformas trabalhistas aprovadas dois anos depois permitem que o governo
retire benefícios de desempregados que recusam vagas. Tecnicamente, o
Estado passou a poder oferecer vagas de prostitutas, o que causou uma
série de incidentes até 2009, quando a Corte Federal Social da Alemanha
decidiu que a lei não permite a "promoção ativa" da prostituição. Desde
então, até uma oferta para servir drinques no distrito da luz vermelha
pode resultar em escândalo.
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