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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PIB no RN é Produto Interno Baixo

robinson faria [ vice-governador do Estado do RN ]

Não faz muito tempo, o Rio Grande do Norte era citado como um exemplo de Estado com potencial econômico para se desenvolver e gerar riquezas para sua população.

Muitos eram os argumentos: temos petróleo, gás, sal, minérios, carcinicultura, fruticultura, têxteis, pescados, turismo.

Temos também uma matriz energética favorável, com rede de gasodutos que abastece boa parte dos municípios do Estado, usina termoelétrica e um excepcional potencial de energia eólica.

Em síntese, seria a partir dessas condições básicas que o Rio Grande do Norte teria o seu crescimento econômico alavancado.

E assim passaríamos por uma espécie de boom econômico.

Seria.

Não foi o que aconteceu.

A despeito da pujança experimentada pela economia brasileira nos últimos anos, o que proporcionou vigoroso crescimento ao Nordeste e a formação de uma nova e ampla classe média brasileira, o nosso Estado vive um período de estagnação econômica.

Recentemente, o IBGE divulgou levantamento sobre a variação do Produto Interno Bruto dos Estados brasileiros. Lamentavelmente o Rio Grande do Norte ficou na lanterninha, apresentou o menor crescimento entre os Estados do Nordeste e ficou na 24º posição no ranking brasileiro do crescimento do PIB.

A falta de investimentos do Governo do Estado está condenando o Rio Grande do Norte a uma situação de inércia em diversos setores produtivos e gerando péssimas perspectivas e consequências quanto às necessidades de crescimento econômico.

Sem investimentos em obras estruturantes e logísticas e sem investimentos na produção, o Rio Grande do Norte não apenas não resolve os gargalos da sua economia, como também perde competitividade e assiste passivo a debandada de projetos e empreendimentos importantes para lugares mais bem aquinhoados com eficiente ação do poder público.

A atual gestão do Governo do Estado investiu em 2011 apenas 2,7% da receita consignada no Orçamento Geral do Estado. Com uma receita de R$ 7,45 bilhões no ano, apenas R$ 202 milhões foram destinados para investimentos.

Esse percentual é o menor dos últimos anos.

Para efeito de comparação, em 2001, o investimento do Governo do Estado foi de R$ 447 milhões em obras, 10,25% do total das receitas.

Os números de 2012 não haviam sido conhecidos quando da redação deste artigo, mas até o mês de agosto os investimentos somavam R$ 92 milhões e as estimativas indicavam que, mais uma vez, o volume anual deveria se situar em torno dos R$ 200 milhões.

As administrações anteriores a Rosalba investiram em média R$ 1,5 bilhão durante os seus quatro anos de governo, quase R$ 400 milhões por ano.

O mais estranho é que enquanto os investimentos do governo despencaram quase 50%, a receita estadual cresceu 70% nos últimos 10 anos, saltando de R$ 3,84 bilhões para os atuais R$ 7,45 bilhões.

Fica evidente a absoluta falta de prioridade do Governo do Estado em realizar investimentos capazes de proporcionar incremento ao ritmo de crescimento da economia do Estado.

Não se sabe ao certo se é por miopia administrativa, incompetência ou descaso. Ou as três coisas de uma vez.

Se sabe que é imprescindível que seja criado um ambiente favorável aos investimentos da iniciativa privada e para tanto faz-se necessário revisar a legislação tributária para identificar onde perdemos competitividade para os Estados vizinhos.

Se sabe que é indispensável que o Governo ofereça condições para instalação e funcionamento de indústrias, provendo adequadamente a infraestrutura com estradas de qualidade, água, eletricidade, gás, segurança, mão de obra qualificada, um novo porto graneleiro no litoral norte, enfim, alternativas práticas e efetivas de escoamento eficiente da produção.

Para que possamos retomar o caminho do crescimento é fundamental que o Estado seja eficiente na sua capacidade de atrair empresas, que dê prioridade as zonas de processamento de exportação e aos Distritos Industriais, que estimule fortemente as cadeias produtivas locais, que tenha uma legislação tributária que o torne competitivo.

E o mais importante: que o Estado tenha um projeto de gestão e nele estejam estabelecidas as prioridades, os objetivos e as metas para o seu crescimento econômico.

Tudo, sem esquecer a imperiosa necessidade de resgatar e ampliar fortemente a capacidade de investimento do Estado para pelo menos cinco vezes o que o atual Governo investe.

Somente com investimento se tem crescimento econômico e, portanto, aumento do PIB.

E sem pensar grande, o Produto Interno continua baixinho, baixinho.

TRIBUNA DO NORTE

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