Caminhar ouvindo música pelo fone de ouvido parece algo inofensivo, uma
distração sem nenhum efeito. Porém, além de prejudicar a atenção sobre
os veículos, se o volume estiver alto os famosos “foninhos” podem causar
problemas de audição.
Um exemplo dessa distração aconteceu em Itapetininga
(SP) com o servente de pedreiro, Marcos dos Santos Ferreira. Ele diz
que quase causou um acidente. “Uma vez, na rua de casa, eu estava
subindo para ir treinar, daí não vi o carro e quase bati nele, ao invés
do carro bater em mim”, conta.
Mas os riscos do “foninho” não se limitam somente ao trânsito. O
principal problema mesmo está na área da saúde. Os ouvidos podem sofrer
várias doenças se o volume do som estiver alto demais. Segundo os
médicos especialistas, uma maneira de perceber se o volume está alto é
observar se, andando na rua, não seja possível ouvir o som dos carros,
das pessoas.
Garota coloca fones intracanais no ouvido.
(Foto: Reprodução/TV TEM)
(Foto: Reprodução/TV TEM)
No país não há uma lei que limita a fabricação dos aparelhos de som com
um limite de volume, porém o médico otorrinolaringologista, Salvador
Rodrigos, orienta que existe um simples cálculo para evitar problemas.
Segundo ele, cada pessoa pode ouvir uma música no volume de 80 decibéis
por até oito horas consecutivas e para cada cinco números a mais, o
limite do volume cai pela metade. Por exemplo, se o volume estiver aos
90 decibéis o usuário pode ouvir música duas horas consecutivas.
Rodrigos ainda conta que os aparelhos de som muitas vezes ultrapassam
os 100 decibéis. “Então se você ficar muito tempo com ele irá lesar o
nervo coclear, o nervo auditivo”. Ele também dá outras orientações:
“nunca usar os fones intracanais (os mais comuns). Os de conchas são os
mais apropriados, porque eles estão mais longe da membrana do tímpano e
mais longe do ouvido”.
Por fim, o especialista conta que se algum problema é observado, é
preciso ir a um médico. Qualquer alteração na audição pode ser um sinal.
“O usuário tem que observar se ele está tendo algum distúrbio, se tá
tendo dificuldade pra escutar determinados tipos de som, se ouve algum
zumbindo, algum chiado, ou se ele tá desatento”, orienta.
Rodrigos mostra pontos prejudicados pelo som alto. (Foto: Reprodução/TV TEM)
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