Um túnel com oito metros de comprimento e cerca de 1,7 metros de
altura foi descoberto ontem à noite em uma das celas do pavilhão 2 da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no município de Nísia Floresta,
Região Metropolitana. Segundo a diretora Dinorá Simas, se o buraco não
tivesse sido descoberto a tempo pelos agentes penitenciários, poderia
ter acontecido uma fuga em massa, já que há 136 detentos no prédio. Hoje
pela manhã, foi realizada uma revista no pavilhão 1, em busca de
drogas, armas e celulares.
“Seria um risco muito grande para eles (presos), porque haviam oito
guaritas ativadas, mas não descartamos essa possibilidade de uma grande
fuga em massa, até mesmo pelas dimensões do túnel encontrado. Nele, era
possível um homem andar em pé, sem ter que se encurvar e coisas assim só
são feitas quando há um planejamento grande, envolvendo muitos presos”,
explicou Dinorá.
A diretora de Alcaçuz disse que havia recebido uma informação de que
os presos estavam escavando um túnel há cerca de dez dias e que os
agentes penitenciários não tinham conseguido localizar a entrada do
buraco na primeira revista porque este estava bem escondido embaixo de
uma estante de alvenaria.
“Somente na segunda tentativa é que os agentes localizaram o túnel,
que estava escondido e só foi descoberto porque uma parte da terra que
disfarçava a entrada ruiu durante a inspeção na cela. Diante disso,
todos os presos foram retirados do cômodo e os agentes puderam medir o
comprimento do buraco”, afirmou.
Dinorá explicou ainda que os presos estavam escondendo toda a terra
retirada do buraco em um espaço entre a laje e o telhado do pavilhão,
que abriga hoje 136 detentos de alta periculosidade. Ela solicitou a
presença dos peritos do Instituto Técnico Científico de Polícia do Rio
Grande do Norte (Itep/RN), para a inspeção e também o material
necessário para fechar o túnel, que ligaria a cela ao pátio externo da
unidade.
Além disso, os 12 detentos que ocupavam a cela devem ser ouvidos hoje
pela direção do presídio. “Acreditamos que eles estavam planejando a
fuga em conjunto com os presos de outras celas do pavilhão, porque
ninguém constrói uma estrutura daquelas para apenas 12 pessoas
escaparem. Mas, vamos interrogá-los hoje à tarde, para vermos o que eles
dizem”, afirmou.
E hoje pela manhã, foi a vez das celas do pavilhão 1 serem revistadas
pelos agentes penitenciários, que contaram ainda com o apoio dos
policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque (BP Choque), numa
inspeção de rotina. Segundo Dinorá Simas, o objetivo é encontrar drogas,
armas e telefones celulares. Para isso, os 183 presos foram mantidos
sentados no pátio interno do pavilhão, para evitar confusões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário