Protestos contra casos de estupro têm se multiplicado na Índia
após uma jovem ser violentada dentro de um ônibus na capital no começo
de dezembro
Foto: AFP
Foto: AFP
Uma indiana de 17 anos que foi vítima de um estupro coletivo se
suicidou depois que a polícia a pressionou a abandonar o caso e se casar
com um dos agressores. O caso foi confirmado pela própria polícia e por
familiares da jovem nesta quinta-feira. Em meio a mobilizações sobre o
estupro coletivo de outra estudante em um ônibus em Nova Délhi no começo
desse mês, este caso colocou novamente em evidência o modo como a
polícia lida com crimes sexuais na Índia.
Um policial foi demitido e outro suspenso pela conduta depois do
ataque, ocorrido durante o festival de Diwali, no dia 13 de novembro, na
região de Patiala no Punjab. A adolescente foi encontrada morta na
quarta-feira à noite, após ingerir veneno. O inspetor-geral Paramjit
Singh Gill disse que ela "ficou andando de um lado para o outro para que
seu caso fosse registrado", mas os policiais não abriram um inquérito
formal. "Um dos policiais tentou convencê-la a retirar a queixa",
afirmou Gill, chefe policial da área.
Ninguém foi preso por causa do estupro, apesar de três pessoas terem
sido detidas na quinta-feira. Duas delas eram os supostos estupradores e
uma terceira era uma mulher suspeita de ser cúmplice. A irmã da vítima
contou à rede de televisão indiana NDTV que propuseram à adolescente aceitar uma quantia em dinheiro para esquecer a denúncia ou se casar com um dos agressores.
A Pess Trust of India também relatou que um policial foi suspenso por
supostamente se negar a registrar uma queixa de estupro no estado de
Chhattisgar, no norte do país. Números oficiais mostram que 228.650 do
recorde de 256.329 crimes violentos no ano passado na Índia foram contra
as mulheres. O número real, contudo, pode ser muito mais alto, já que
muitas mulheres hesitam em denunciar os ataques à polícia.
Durante um discurso para ministros chefe dos estados da Índia na
quinta-feira, o primeiro-minitro Manmohan Singh prometeu novas leis
contra os ataques às mulheres.
TERRA
Nenhum comentário:
Postar um comentário