O jornal norte-americano “Washington Post” traz na edição
desta quinta-feira (27) uma reportagem sobre o crack no Brasil. Com o
título “Cidades brasileiras são atingidas por epidemia do crack”, a
reportagem faz um alerta dizendo que a epidemia acontece em diversas
cidades brasileiras em meio aos preparativos do país para a Copa do
Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “De olhos vidrados, magérrimos e
imundos, centenas de viciados emergiram de portas e vielas quando o
anoitecer chegou ao outrora grandioso bairro da Luz, no coração da
cidade”, descreve o repórter ao falar da área conhecida como
cracolândia, em São Paulo. “O craque é uma doença incurável. Eu preciso
de crack no meu sangue. Meu vício é como uma serpente. Qual é a cura
para uma serpente?”, diz um usuário identificado como Paulino, 50.
Ao jornal, Eloísa Arruda, secretária de Justiça do Estado de São
Paulo, diz que o problema do crack no Brasil é similar ao que ocorreu
nos Estados Unidos na década de 1980. “Há um grande crescimento no uso
do crack em público e as pessoas estão permanentemente nas ruas
consumindo drogas dia e noite abastecidos por traficantes”, diz Eloísa.
A reportagem contradiz a secretária dizendo que “há diferenças” entre
as situações e alega que “a onda de crack nos EUA atingiu cidades que
estavam em decadência, pegando comunidades menores”, ao contrário do que
acontece no Brasil. Enquanto os EUA optaram por prender os usuários em
cadeias, no Brasil a questão é vista como um problema de saúde pública.
“A razão para rápida disseminação de crack aqui permanece difícil de
identificar, mas os policiais falam do marketing agressivo usado por
traficantes e do Brasil se tornar cada vez mais atraente para
traficantes por causa das longas fronteiras com os três maiores
produtores de cocaína”, diz o jornal.
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