O papa Bento 16 pediu aos católicos nesta quinta-feira para usar
redes sociais como Twitter e Facebook para conquistar seguidores, ao
lançar seu próprio aplicativo para smartphone com imagens ao vivo de
seus discursos.
Os sites –muitas vezes associados com postagens intermináveis de
fofocas e fotos do bebê– podem ser usados como “portais de verdade e de
fé” em uma era cada vez mais secular, disse o pontífice em sua mensagem
pelo Dia Mundial das Comunicações Sociais em 2013.
“A menos que a boa notícia seja tornada conhecida também no mundo
digital, ela pode ficar ausente na experiência de muitas pessoas”,
afirmou o papa, de 85 anos de idade, em uma declaração publicada no site
do Vaticano.
A Santa Sé tornou-se uma usuária cada vez mais prolífica dos meios de
comunicação social desde que lançou sua “nova evangelização” do mundo
desenvolvido, em que algumas congregações caíram na esteira da
secularização crescente e dos danos à reputação da Igreja após uma série
de escândalos de abuso sexual.
O próprio papa atinge cerca de 2,5 milhões de seguidores por meio de oito contas do Twitter, incluindo uma em latim.
Desmentindo a sua reputação tradicionalista, o papa elogiou as
conexões feitas online, que ele disse que poderiam se tornar amizades
verdadeiras. A vida online não é um mundo puramente virtual, mas “cada
vez mais se torna parte do próprio tecido da sociedade”, afirmou ele.
As redes sociais também são uma ferramenta prática que os católicos
poderiam usar para organizar eventos de oração, sugeriu o papa. Mas o
pontífice pediu um debate fundamentado e diálogo respeitoso com as
pessoas com crenças diferentes, e advertiu contra uma tendência de
“vozes aquecidas e divisivas” e “sensacionalismo”.
O discurso coincidiu com o lançamento do aplicativo “The Pope App”,
um programa para download em smartphones que mostra vídeos ao vivo de
eventos de discurso do pontífice e notícias do Vaticano.
O envolvimento do papa Bento 16 em novos meios de comunicação responde à preocupação da Igreja de estar invisível na Internet.
O Vaticano encomendou um estudo do uso da Internet e religião antes
da estreia do papa no Twitter, que descobriu que a maioria dos católicos
dos EUA entrevistados não tinha conhecimento de qualquer presença
significativa da Igreja online.
Fonte: Estadão
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